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quarta-feira, 7 de março de 2012

Amor ou Caridade?

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“(1Cor 13:1-13) Mesmo que eu fale em línguas, a dos homens e a dos anjos, se me falta amor, sou um metal que ressoa, um címbalo retumbante. Mesmo que distribua todos os meus bens aos famintos, mesmo que entregue o meu corpo às chamas, se me falta amor, nada lucro com isso.
O amor tem paciência, o amor é serviçal, não é ciumento, não se pavoneia, não se incha de orgulho, nada faz de inconveniente, não procura o próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor, não se regozija com a injustiça, mas encontra a sua alegria na verdade.
Ele tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca desaparece.
As profecias? Serão Abolidas.
As línguas? Cessarão.
O conhecimento? Será abolido. Pois nosso conhecimento é limitado e limitada é nossa profecia. Mas quando vier a perfeição, o que é limitado será abolido.
Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Quando me tornei homem, pus fim ao que era próprio da criança.
Agora, vemos em espelho e de modo confuso: mas então, será face a face. Agora, o meu conhecimento é limitado; então, conhecerei como sou conhecido. Agora, portanto permanecem estas três coisas, a fé, a esperança e o amor, mas o amor é o maior.”

“(1Cor 13:1-13) Ainda que eu falasse línguas, as dos homens e as dos anjos, se eu não tivesse caridade, seria como bronze que soa ou como címbalo que tine.
Ainda que tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência, ainda que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse a caridade, nada seria.
Ainda que distribuísse todos os meus bens aos famintos, ainda que entregasse meu corpo às chamas, se não tivesse a caridade, isso nada me adiantaria.
A caridade é paciente, a caridade é prestativa, não é invejosa, não se ostenta, não se incha de orgulho. Nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
A caridade jamais passará. Quanto às profecias, desaparecerão. Quanto às línguas, cessarão. Quanto à ciência, também desaparecerá. Pois nosso conhecimento é limitado, e limitada é a nossa profecia. Mas, quando vier a perfeição, o que é limitado desaparecerá.
Quando era criança, falava como criança, pensava como criança, racionava como criança. Depois que me tornei homem, fiz desaparecer o que era próprio da criança.
Agora vemos em espelho e de maneira confusa, mas, depois, veremos face a face.
Agora meu conhecimento é limitado, mas, depois, conhecerei como sou conhecido.
Agora, portanto, permanecem fé, esperança, caridade, essas três coisas. A maior delas, porém, é a caridade.

E agora, caridade ou amor, amor ou caridade? Caridade é amor, amor é caridade?
Os versículos acima são muitíssimo conhecidos, mesmo quem nunca leu a bíblia muito provavelmente já os escutou. Pois bem, sempre me intrigou o fato de algumas traduções trazerem a palavra amor e outras a palavra caridade, intriga mais ainda perceber que o texto faz total sentido com ambas as palavras.
Ultimamente, tenho visto muita gente falando de verdade, direitos individuais, ética, valores, etc, etc, etc, de amor e caridade, é impressionante, não vejo mais ninguém falar!
Nas redes sociais é protesto pra ter direito a isso e aquilo, fala-se de tudo menos de amor e caridade, será que não precisamos mais?


É um cenário no mínimo curioso, dentro das igrejas mais “modernas”, neo-pentecostais, adeptas da teologia da prosperidade nunca vi ninguém pregando sobre 1 Cor 13, por quê será? Ora, o fato é simples, a ênfase é nas necessidades básicas, mundanas, amor pra quê? Caridade menos ainda, afinal de contas, pra quem acredita que Deus resolve todos os problemas materiais caridade pra quê, cuidar do outro pra quê? As campanhas por agasalhos, alimentos, remédios, a assistência social,  o cuidado e a preocupação com o outro, perdem  sentido.
Nas igrejas que se dizem sérias e, pelo que vejo parecem ter ficado enjoadas de 1Cor 13, também não se fala mais de amor, se fala ética, como ser um cristão politicamente correto, mas ética está longe de ser amor. Fala-se do absurdo dos outros, prega-se como ser honesto, humilde, verdadeiro, etc, etc, etc, mas de amor não vejo ninguém falar.
Agora vamos ampliar um pouco mais o raio, que tal se nosso raio de discussão for igual ao raio da Terra, pois penso eu que talvez quem lê este texto, talvez nunca tenha estado numa igreja ou nunca tenha pego a bíblia mas, é impossível que nunca tenha estado ou esteja neste momento no nosso planeta.
Parece que o interesse pelo amor e a caridade se perderam por completo, entre todos os seres humanos, é só gente preocupada com o próprio umbigo, olhando só para si mesmo, gente boazinha demais e fria demais, pois só o amor e a caridade geram gente quente. Sinceramente, será que você tem medo de falar de amor, será que você tem medo de praticar a caridade e ser tachado, sei lá, de assistencialista, bonzinho, careta? Será que você tem medo de amar, de se preocupar com o outro que você nunca viu? Será que é medo de amar e se entregar a uma causa maior do que a sua própria vida? Porque, honestamente, mesmo em grupo só tenho visto gente preocupada com a própria vida. Gente preocupada com o direito de beber e dirigir, de fumar maconha, de assistir jogo de futebol da libertadores na tv por assinatura, direito de fazer piadinha sem graça, direito de ofender nas entrelinhas, direito disso, direito daquilo. Compromisso com o outro ninguém quer!
Caridade e amor se confundem sim, um não existe sem o outro, em português uma palavra é feminina e a outra é masculina, são tipo o casal que torna uma só carne. Um se confunde com o outro, um dá vida ao outro. Amor e caridade são sim a mesma coisa, um não pode se separar do outro.
Amor é o sentimento maior que leva à caridade, caridade é ação que te faz amar, curiosamente, um gera o outro sempre.
Agora, que tal se parar de se preocupar só com o que você tem direito e passar a praticar  o amor, ou que tal começar a sentir caridade? É muito difícil pra você, abraçar, beijar, dar atenção, conversar, procurar entender o que o outro sente?
Outro dia estava reparando numa foto de um campo de concentração, ali, estavam judeus, ciganos, gays, cristãos, chineses, ricos, pobres, padres, rabinos, pastores, etc, etc,etc, todos com o mesmo uniforme, todos com a mesma cara cinza. Será que eles olhavam um para o outro só pensando nos próprios direitos, nas necessidades estritamente pessoais? Ou será que entendiam que ali naquela situação todos estavam no mesmo nível, no mesmo saco, na mesma roubada, que ali, naquele inferno, todos dependiam de todos.
É amor, é caridade, é esta força quase inominável que pode mudar o mundo! Não significa nem um pouco ser passivo ou bonzinho, pelo contrário, é ação! É energia que move, não é energia pra se guardar, não dá pra fazer reserva, pra ganhar tem que se doar.
Gostaria de terminar recomendando que assista ao filme o livro de Eli, o herói tenta o tempo todo proteger a bíblia, fica lá, lendo, lendo, lendo, orando, orando. Digamos “lutando bom combate”, daí de repente tudo começa a dar errado. Será que Deus o abandonou na sua luta? Não, ele se esqueceu de confundir amor com caridade e, numa prática ele resume tudo o que a bíblia quer ensinar, fazer mais pelos outros do que por nós mesmos.
É isso, isso é amor que se confunde com caridade e vice versa!

Um comentário:

  1. creio que o correto seria caridade pois quando se usa a palavra amor a maioria das pessoas leca para o lado sexual ou simplesmente para a relação de casal e o amor ai eo amor ao proximo
    esse e paciente esse não e exigente e para esse não ha lei

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